sábado, 15 de setembro de 2007

Viagem ao País Vizinho

Ir ao país vizinho sempre pode ser uma oportunidade para comprar coisas boas e baratas. Nem sempre. Dessa vez, foi frustrante. Eu nem ia, mas acabei indo. Quem resiste à tentação de comprar umas muambinhas para usar na cozinha, no quarto, no banheiro? E dá-lhe cremes, perfumes, e potes para uma infinidade de usos que acabam nunca sendo usados... mesmo sabendo que, no fim, espalho tudo na mesa da copa, e me arrependo infinitamente de ter gastado o meu rico e suado dinheirinho, fui, já programada para comprar aquilo que queria comprar. Dessa vez eu queria mesmo era um desses aparelhos de medir pressão com velcro, que é fixado no pulso, e registra a pressão arterial e os batimentos cardíacos... reflexo da idade... não sei porquê, vivo com pressão baixa... e tenho tal orgulho da minha pressão baixa que, mesmo caindo de cansaço e desanimo, quero registrar todo dia a minha pressão de moça... para exibir como um troféu para mim mesma. Então fui e entrei na loja, já decidida a comprar. Experimentei; pressão: 10x6, batimentos cardíacos 75. Tudo maravilhoso. Foi então que resolvi testar no meu marido: 15x8. Susto total. Ele nunca soube que era hipertenso. E não é. O aparelho estava maluquete, apertando o pulso com toda a fúria patriótica. Experimentei outro que inverteu o processo: regularizou a pressão dele e fez subir a minha. Era motivo para desistir da compra. Mas não desisti. Como ficaria meu sonho de consumo mais atual? Fui experimentando, até encontrar um que favorecesse a minha auto imagem de saúde. Finalmente achei: 10x6 de novo. Comprei. Em casa, descobri que fui enganada pelo aparelhinho caprichoso. A melhor performance que ele me proporciona é 13x8. Joguei o dito cujo falsificado no fundo da gaveta, e voltei ao meu velho aparelho com esfigmomanômetro que me faz torcer o pecoço para medir a minha própria pressão, mas pelo menos, é fiel para comigo. Felicidade é descobrir que o novo nem sempre é bom e que o velho nem sempre é inútil. Pelo menos, isso....