
Essa daí é a Petrúquia, que vivia na rua. Parecia ser uma feliz habitante de rua. Batia ponto todos os dias, no trabalho da minha filha, Silvia, em busca de água, carinho e comida. Comia, abanava o rabo e ia embora. Um dia, o trabalho acabou.... como explicar que, a partir daquele dia, a sua protetora não estaria mais naquele endereço para cuidar dela? O problema só poderia ser resolvido pela adoção. Sem pedigrée, sem boas maneiras, sem pelagem sadia, mas com um olhar profundamente inquisitivo, ela chegou. No princípio, deixamos o portão aberto, para que escolhesse entre a liberdade da rua e o aconchego da casa. Preferiu a casa. Petrúquia é extremamente amável, amorosa e gentil. Mas tem tiques de personalidade. Quando chega um novo habitante de 4 patas, surgem as crises de depressão. Aí não come... e nem adianta insistir, tem que esperar a crise ir embora. Animais amam e têm ciúmes. Animais são seres com capacidade de expressar sentimentos. Quem adota um animal, de alguma forma, acaba sendo mais terno, mais sensível, mais perceptivo com o mundo dos seres que não usam a palavra. O que não significa, que não falem... No mundo, tudo fala. As rosas falam quando desabrocham, e também falam quando envelhecem e morrem. As plantas verdes falam e as plantas secas gritam. Os rios falam, os mares também. Deus quando criou o homem, pediu a ele que guardasse a terra. Guardar não significa escriturar e tomar posse. Na linguagem de Deus, guardar é exercer domínio sobre as coisas criadas e evitar que o mal possa prevalecer. Mas o homem se vendeu para o lado do mal e agora "toda criação geme e chora, aguardando o dia da Redenção." Por causa disso, sobra latifúndio e falta responsabilidade. Por causa disso, não há paz na terra para os homens de boa vontade.