domingo, 16 de setembro de 2007

O Pastel da Feira

O pastel da feira é uma delícia. Mas o problema é comer enquanto os cachorros olham para cima pedindo comida, qualquer que seja ela. Uma tristeza. São poucas as pessoas que têm sensibilidade para entender o olhar do cachorro. Ele não fala. Ele não grita. Ele não exige os seus direitos. Ele não reclama. Ele apenas olha para cima. E se encontra reciprocidade, abana o rabo. Por conta disso, adotei o costume de levar no carro, um saco com ração. Cansei de ter que dividir o meu pastel com um cachorro. No final, nem ele, e nem eu, ficávamos saciados. Faço a minha parte, mas a indiferença humana da grande massa me machuca muitíssimo. Muitos alegam que existe muita gente passando fome. Concordo, existe mesmo. Mas será que matar a fome de um animal invalida a possibilidade de matar a fome dos humanos? Será que o nosso sentimento não pode ser mais inclusivo e abranger a terra e toda a sua plenitude, incluindo homens, animais, plantas e toda a natureza? A terra está gemendo com a indiferença dos seres racionais. Que por serem racionais, justificam-se da irracionalidade com argumentos tão débeis quanto inconsistentes. O cachorro que pede comida, não se importa nem um pouco que a nossa generosidade seja compartilhada com os humanos. Mas, para isso, é preciso que haja generosidade. Quando ela existe, transborda para todos os lados. Quando não existe, o jeito é apelar para a mediocridade de um raciocínio torto.

2 comentários:

babuskinha disse...

AMADA ANINHA VOCE É DEMAIS, AMEI TUDO QUE ESCREVEU, PARABENS, TE AMO QUE DEUS ABENÇOE VOCE E SUA FAMILIA LINDA, BEIJOS DA SONIA BABUSKINHA

Anônimo disse...

necessario verificar:)